quarta-feira, 23 de maio de 2012


Aviões tem o show mais caro do forró!

Se no sertanejo o cantor Michel Teló lidera o ranking dos shows mais caros no país, no forró essa posição é ocupada pela Banda Aviões do Forró, de Fortaleza. Conforme pesquisamos junto a profissionais do ramo, uma apresentação de Solange Almeida e Xand Avião custa em média R$ 150 mil. O valor pode chegar a R$ 180 mil dependendo do evento e tipo de contratante.
Em segundo lugar aparece a Banda Garota Safada, que tem a frente o cantor Wesley Safadão. O cachê, em média, custa R$ 80 mil, podendo chegar a R$ 100 mil. Em terceiro lugar está o grupo Calcinha Preta, com uma média de cachê de R$ 80 mil por apresentação.
Bandas como a Calypso e Saia Rodada, segundo a pesquisa do FD, possuem cachê, em média, no valor de R$ 60 mil. Desejo de Menina, Limão com Mel, Magníficos e Cavaleiros do Forró possuem a mesma faixa de preço para uma apresentação, cerca de R$ 50 mil. Bandas como Forró do Muído e Mastruz com Leite custam em média R$ 40 mil por show.
Os números, vale ressaltar, não são oficiais e podem variar para mais ou menos, dependendo do grupo musical.
Ainda segundo o Forró Dicumforça apurou com profissionais do meio, os empresários dessas bandas usam parte do dinheiro para bancar toda sua infra-estrutura e staff, como funcionários de escritório, advogados, músicos contratados, empresários, transporte de equipamento e toda mão-de-obra envolvida num show.
O lucro, de fato, gira em torno de 30% ou 40% do valor total de cada show. A hospedagem e alimentação é o contratante quem paga. Geralmente é preciso depositar 20% do valor total do cachê, logo na assinatura do contrato.
 

terça-feira, 22 de maio de 2012


OS CARIOCAS COMO SEMPRE....


Estudo aponta que gestões estão vivendo de empréstimos e adiantamentos de cotas de TV. Santos é o único no top 20 a diminuir sua dívida

Por Mariana KneippRio de Janeiro
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Imagine uma pessoa que não sai do cheque especial. Apesar disso, continua comprando, sem parar, produtos que não garantem retorno financeiro. As contas vão se acumulando, e ela decide pedir um empréstimo. Um, não: dois, três, quatro. Quando percebe, a situação virou uma bola de neve. Os juros bancários ficaram altíssimos, as compras não renderam lucro, e ela ainda é cobrada para investir mais. Agora, transfira esse cenário para o futebol. Assim vivem os 20 maiores clubes do Brasil (Atlético-PR e Bahia ainda não liberaram seus balanços anuais), com uma dívida que já chega a R$ 3,86 bilhões.
O número foi apresentado pela empresa de auditoria e consultoria BDO, que fez um levantamento das finanças dos clubes brasileiros entre 2010 e 2011 com base nos balanços divulgados. Apenas neste período, houve um aumento de 19% (R$ 628,4 milhões) no endividamento das instituições. Vale lembrar que o valor usa como referência a dívida líquida, ou seja, o valor do passivo total (quanto o clube deve) menos o ativo (quanto recebe), excluindo o que está imobilizado e intangível, contas bloqueadas.
Info_Divida (Foto: Infoesporte)
- Os clubes estão contraindo dívidas para pagar salários. Não estão investindo em marketing, estádios, relacionamentos com torcedor. Estão pegando valores a juros altíssimos para financiar a atividade fim, sem projeção de retorno futuro. É como se fosse aquela quantia a mais que temos no cheque especial. Aquele dinheiro não é nosso, não está ali para ser usado com gastos mensais. Seria apenas para emergências ou investimentos que se pagariam em breve - explicou o consultor da BDO, Amir Somoggi.
O Santos é o único entre os 20 clubes da lista com diminuição da dívida, ainda que pequena: passou de R$ 211 milhões para R$ 207 milhões (2% a menos). O top 5 é ocupado pelos mesmos cinco times do ano passado, apenas com mudanças nas posições. O Fluminense ultrapassou o Vasco e está em segundo. E o Atlético-MG assumiu a quarta colocação, que era do Flamengo. O líder continua sendo o Botafogo, agora com uma dívida de R$ 563,9 milhões, valor 49% maior do que em 2010. O presidente Mauricio Assumpção explica o que aconteceu:
- O que fizemos foi uma correção monetária da dívida, coisa que muitos clubes não fizeram. Por isso há esse número astronômico. Mas, quando outros forem corrigir, o número também não será bonito - afirmou Assumpção, argumentando que aproximadamente 13% da dívida atual (ou R$ 50 milhões) são de sua gestão e que, em quatro anos, pagou R$ 40 milhões para tentar diminuir o montante.
Os presidentes dos clubes não estão preocupados com a conta que vai vir daqui a dois, três anos. Não serão eles que vão pagar"
Amir Somoggi
Assim como no Botafogo, a dívida do Flamengo também é recheada de ações trabalhistas, como as que estão sendo movidas pelo atacante Deivid, que cobra R$ 6 milhões em direitos de imagem, e por Ronaldinho Gaúcho, com R$ 5 milhões em salários atrasados, valor que, segundo a presidente Patricia Amorim, é de R$ 2,25 milhões. Fora isso, o clube pagou R$ 53,7 milhões em empréstimos bancários, sendo que R$ 32,6 milhões só em juros.
Recorrer a uma instituição financeira é um procedimento comum à maioria dos clubes brasileiros que buscam uma solução a curto prazo para sobreviver financeiramente e manter um time competitivo. Adiantamento de cotas de TV é um outro recurso. Dois movimentos arriscados, na opinião de Amir Somoggi.
- Os presidentes dos clubes não estão preocupados com a conta que virá daqui a dois ou três anos. Não serão eles que vão pagar, pois haverá uma eleição, e um novo gestor estará no comando. Então, fica complicado. A única solução para isso seria aprovar uma cláusula no estatuto proibindo de usar recursos dos anos posteriores. Isso, porém, geraria um congelamento de investimentos. Ou seja, o presidente teria que vir à imprensa e avisar o torcedor que não vai contratar nenhum jogador ao elenco, porque está em contenção de despesas, o que levaria embora também os patrocinadores. Imagina o impacto negativo que isso iria gerar - lembrou o consultor.
Timemania não é a única explicação, diz especialista
Dívidas com a Timemania
BotafogoR$ 198,1 milhões
FlamengoR$ 162 milhões
Atlético-MGR$ 139,3 milhões
FluminenseR$ 137,6 milhões
InternacionalR$ 122,6 milhões
SantosR$ 94,2 milhões
GrêmioR$ 87,7 milhões
VascoR$ 72,9 milhões
São PauloR$ 53,2 milhões
CorinthiansR$ 52,4 milhões
PalmeirasR$ 39,6 milhões
PortuguesaR$ 38,6 milhões
CoritibaR$ 21 milhões
CruzeiroR$ 15,1 milhões
Ponte PretaR$ 12,8 milhões
FigueirenseR$ 8,8 milhões
GoiásR$ 8,2 milhões
VitóriaR$ 7,7 milhões
* Bahia e Atlético-PR ainda não divulgaram o balanço de 2011
                                         Fonte: BDO
Embora os empréstimos e as altas folhas de pagamento sejam fundamentais para explicar o aumento das dívidas, um fator vem sendo apontado pelos presidentes dos clubes como principal. A Timemania, regulamentada em 2007, é uma loteria que destina 22% de sua arrecadação para ajudar os clubes de futebol a pagarem o que devem ao Governo Federal, como imposto de renda, INSS e fundo de garantia. No entanto, o recurso não deu o retorno desejado, e as administrações voltaram a pegar do próprio bolso para chegarem à quantia necessária das prestações das dívidas.
Como nem todas conseguiram saldo para fazer esse pagamento, tornaram-se inadimplentes, condição que proíbe o recebimento de verba pública, como a Lei de Incentivo ao Esporte. A bola de neve não parou de crescer.
O consultor Amir Somoggi, no entanto, discorda que a Timemania seja o principal foco a ser combatido.
- Nos últimos três anos, 82% do crescimento do endividamento dos clubes não vieram da Timemania. Corinthians e Flamengo, por exemplo, pagaram aproximadamente R$ 2,8 milhões por mês só de juros bancários relativos a empréstimos em 2011. O São Paulo trouxe o Luis Fabiano com um valor muito elevado, esperando que ele conquiste títulos, venda camisas e pague o que custou. E se não render dessa forma? Já vimos muitos casos assim - explicou Somoggi.
Mesmo o São Paulo não tendo a maior dívida do país (é a 11ª), o aumento dos débitos em pouco tempo chamou a atenção do consultor. Em cinco anos, o Tricolor cresceu seu endividamento em 207%, chegando a R$ 158,4 milhões. Desse número, 68% foram apenas entre 2010 e 2011, o maior avanço entre os paulistas. Somoggi acredita que o São Paulo tenha mudado sua trajetória ao não conseguir depender apenas de seus próprios recursos, tendo de pedir empréstimos a instituições financeiras.
- Em 2007, o São Paulo gastou R$ 5,9 milhões com juros bancários. Já em 2011 esse número saltou para R$ 18,9 milhões. Pegaram empréstimos para alavancar a atividade do clube. Foi tudo muito rápido, e agora ele não depende mais de suas próprias pernas.
Segundo o diretor financeiro do São Paulo, Osvaldo Vieira de Abreu, porém, a culpa não pode ser direcionada apenas à contratação de Luis Fabiano, que atuou no Sevilla-ESP por cinco anos e custou 5,6 milhões de euros (cerca de R$ 14,5 milhões) aos cofres são-paulinos.
- Fizemos um acordo com o Sevilla, e estamos pagando o valor a prazo, semestralmente. Mas com o dinheiro do clube. Não pegamos empréstimos para pagar pelo Luis Fabiano. A dívida maior que tivemos no último ano foi com investimentos na infraestrutura do CT de Cotia, basicamente. Fora isso, a diferença vem de estruturação do futebol profissional, com aquisição de jogadores, sim, mas garanto que é uma pequena parte do montante - afirmou o diretor financeiro tricolor.
Caminho: gestão equilibrada do futebol e renegociação com credores
Em meio a um cenário pessimista, Amir Somoggi mostra que existe um caminho para tentar amenizar o aumento constante das dívidas dos clubes.
- O endividamento vem de uma história de má administração. Uma das questões a serem discutidas é uma gestão mais equilibrada do futebol. O que acontece agora é que se gasta igual ao que se fatura com o departamento. Então, o ideal seria buscar esse equilíbrio e tentar renegociar com os credores, o que parece que os clubes estão tentando fazer.
Outra opção é o investimento no marketing, como fez o Internacional, que mostrou um aumento de 33% da dívida entre 2010 e 2011, proveniente, segundo o diretor de finanças Milton Stella, do reconhecimento de passivos desconsiderados em balanços anteriores. A fatia referente a patrocínios e publicidades, que representava 8% da receita em 2010, cresceu para 15% no ano seguinte.
- No ano passado, o clube foi bastante agressivo nas negociações destes contratos e fez a revisão de algumas estratégias que resultaram em grande crescimento de receita para a área. Sem dúvida nenhuma, contribuem para a redução da necessidade de endividamento do clube, embora a solução seja mais complexa e dependa de ações como a própria revisão dos seus índices de correção - afirmou Stella.

domingo, 20 de maio de 2012


Cai na rede Musa do Paulistão faz dança sensual para Neymar





A gata do Paulistão Lorena Bueri, eleita como a mais bela, mostrou espírito esportivo em um vídeo que circula pela internet. A bela foi filmada só de calcinha e sutiã mandando parabéns para os craques do campeonato e para seu time de coração, o Bragantino. No entanto, a gata surpreendeu ao mandar um beijo especial para Neymar, com muita pegada. 

Ela deixa claro no vídeo que a música oferecida para o craque é Pegada, da dupla sertaneja Laluna e Vinícius, especialmente escolhida para ele. Um dos trechos da música deixa a entender uma cantada para Neymar: “Se você for quer, tome pegada...”. O modelito da gata no vídeo, só com roupas íntimas, não atrapalha a bela na coreografia da música sertaneja. Será que o coração da gata do Bragantino estaria batendo forte pelo craque santista ou seria apenas uma homenagem ao menino da Vila? 







sábado, 19 de maio de 2012



CHELSEA !!!!

Autor do gol de empate por 1 a 1 no fim do tempo normal, Didier Drogba também garante a conquista na marca da cal e enterra fantasma de 2008

Por Cahê MotaDireto de Munique, Alemanha
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O Chelsea, enfim, conquistou a Europa. Foi sofrido, como toda a campanha, na base do sufoco, contrariando prognósticos, mas os ingleses bateram o Bayern de Munique, em plena Allianz Arena, neste sábado, e ganharam a Liga dos Campeões pela primeira vez. A vitória veio nos pênaltis, de virada, pelo placar de 4 a 3, após 1 a 1 nos 120 minutos de bola rolando. Robben, que desperdiçou uma cobrança da marca da cal na prorrogação, Olic e Schweinsteiger foram os vilões alemães, enquanto Didier Drogba e o goleiro Petr Cech, é claro, se consagraram no inédito título dos Blues.
É inevitável não fazer uma ligação com a decisão de 2008, quando o Chelsea caiu também nas penalidades para o rival Manchester United. Em uma Moscou chuvosa, Terry escorregou na cobrança que garantiria a taça. Os Diabos Vermelhos levaram, mas os chamados Deuses do Futebol não deixaram que acontecesse novamente. Dessa vez, depois de Cech brilhar e defender três cobranças no total, Drogba deslocou um também heróico Neuer para decretar a festa dos cerca de 17 mil torcedores ingleses presentes no estádio e enterrar um fantasma recente.
Jogadores do Chelsea erguem a taça (Foto: Reuters)Jogadores do Chelsea erguem a taça inédita para a galeria do clube no Stamford Bridge (Foto: Reuters)
O título foi conquistado em uma partida que retratou com fidelidade o que foi a campanha dos Blues na competição: quando todo mundo achava que não ia dar, deu. Após o gol de Müller, aos 37 minutos do segundo tempo, os alemães chegaram a ensaiar um festa em casa, mas foram calados por Drogba, após escanteio, aos 43. Já no início da prorrogação, pênalti para os donos da casa defendido por Cech. Por fim, nas penalidades, Juan Mata perdeu a primeira cobrança inglesa e viu Petr Cech, com defesas em chutes de Olic e Schweinsteiger, se tornar herói.
Durante toda a competição foi assim. Primeiro, na última partida da fase de grupos, quando vencer o Valencia era a única opção. Em seguida, nas oitavas diante do Napoli, o 4 a 1 em uma prorrogação no Stamford Bridge confirmou uma virada de um time com técnico recém-demitido e derrotado por 3 a 1 no jogo de ida. Na semifinal, depois de passar pelo Benfica, os Blues contrariaram o mundo ao baterem o poderoso Barcelona. O russo Roman Abramovich, que levantou a taça na festa, já pode gritar para o mundo: seus milhões tornaram o Chelsea um grande europeu.
Ao Bayern restou a frustração de repetir o Roma, que em 1984 também perdeu a final continental em seu estádio - o Real Madrid de 1957 e o Inter de Milão de 1965 foram os únicos a conseguirem dar a volta olímpica em casa. Essa também foi a segunda derrota em uma decisão de Champions em três anos - em 2010 o algoz foi o Inter de Milão, no Santiago Bernabéu, em derrota por 2 a 0 no tempo normal.
Além disso, os bávaros poderiam se juntar ao Liverpool como o terceiro maior campeão europeu, com cinco taças. Contudo, acabaram igualando Juventus e Benfica na lista de times que mais vezes foram vice, com cinco decisões perdidas (1982, 1987, 1999, 2010 e 2012).
Drogba gol Chelsea (Foto: Reuters)Cech e Drogba: os heróis do primeiro título do Chelsea na Liga dos Campeões (Foto: Reuters)
Uma curiosa classificação para a Champions 2012/13
O Chelsea não fez chorar apenas a torcida alemã. Com o título, os Blues também se garantiram na próxima edição da Liga dos Campeões, em 2012/2013, já que a Uefa permite a defesa do título mesmo que o time não tenha se classificado através do campeonato nacional - acabou a Premier League em sexto, com 64 pontos, cinco a menos que o Tottenham.
Quarto colocado do Campeonato Inglês, o rival local Tottenham terá de se contentar em disputar a Liga Europa. O quinto Newcastle, por sua vez, fica sem vaga em torneios europeus, e o Anderlecht, da Bélgica, será obrigado a estrear na Champions ainda na fase preliminar.
Desfalques dos dois lados
Terry e Raul Meireles Chelsea Bayern (Foto: EFE)Suspenso, Terry viu a decisão das tribunas (EFE)
A avalanche vermelha que tomou conta de Munique durante todo o dia se estendeu nas arquibancadas da Allianz Arena e foi capaz até mesmo de ofuscar a festa preparada pela Uefa, com direito a cantor e violinista no gramado. Enquanto a cerimônia de abertura da decisão era realizada, os bávaros, que representavam cerca de 70% do estádio, chamaram a atenção para si com o um gigantesco mosaico atrás de um dos gols, com as cores do time e a “orelhuda”, como é chamado o troféu da competição.
Com os times em campo, ficou clara a preocupação de Roberto Di Matteo com a marcação, como já acontecera nos jogos diante do Barcelona. Sem Ramires, o italiano promoveu a estreia de Ryan Bertrand, 22 anos, reserva natural de Ashley Cole. O jovem se posicionou como um autêntico ponta esquerda para as saída de contra-ataque, mas tinha função defensiva importante, auxiliando na contenção aos avanços de Robben.
David Luiz e Mario Gomez na final da Liga dos Campeões entre Bayern e Chelsea (Foto: AP)David Luiz e Mario Gómez foram protagonistas de duelos pelo alto e por baixo (Foto: AP)
O problema para os Blues é que não apenas Ramires era desfalque. Suspensos, o lateral-zagueiro Ivanovic, o zagueiro John Terry e o meio-campista Raul Meireles vestiram camisa social, gravata e acompanharam a final das tribunas. O mesmo aconteceu com o zagueiro Badstuber, o lateral Alaba e o volante brasileiro Luiz Gustavo do lado do Bayern. O trio teve ainda a companhia de Breno, que não vem sendo aproveitado por Jupp Heynckes após se envolver em polêmicas extra-campo - está se recuperando de lesão e deverá jogar no Lazio na próxima temporada.
Avalanche vermelha também em campo
Mario Gómez na final da Liga dos Campeões entre Bayern x Chelsea (Foto: AFP)Mario Gómez tenta puxeta na cara de Cech (AFP)
Com a bola rolando, o Bayern começou mostrando que o discurso de cautela e de que o fator campo não faria a diferença usado durante a semana era da boca para fora. Desde os minutos iniciais, uma “blitz” foi armada no campo ofensivo, com Ribéry e Robben abertos nas pontas, Mario Gómez centralizado e Thomas Müller bem próximo da área. Ao Chelsea coube repetir a estratégia usada contra o Barcelona e deixar apenas Drogba à frente da linha da bola.
A missão de defender desta vez, no entanto, contou com alguns milhares de ingleses no primeiro tempo. Localizados atrás do gol de Cech, os torcedores faziam pressão a cada toque dos donos da casa na bola e provocavam até em atitudes simples, como quando jogaram para longe uma bola que Robben esparava nas mãos para cobrança de escanteio.
A barreira em frente à área fazia com que o Bayern repetisse a estratégia mal-sucedida do Barcelona com chutes da entrada da área. Artilheiro da equipe na competição, com 12 gols, dois a menos que Messi, Gómez era acompanhado de perto por David Luiz, que fazia marcação individual.
Bastian Schweinsteiger na final da Liga dos Campeões entre Bayern e Chelsea (Foto: Reuters)Bastian Schweinsteiger entre Mikel e Drogba: jogo foi pegado (Foto: Reuters)
Desfalcado e acuado, o Chelsea ainda era ousado nas saídas de contra-ataque, mas nem Bertrand nem Kalou conseguiram auxiliar Drogba como Ramires vinha fazendo. Sendo assim, a opção dos Blues nas poucas vezes em que tinha posse de bola era trocar passes no campo de defesa à espera de espaços para lançamentos. Mas o Bayern não os cedeu. Tanto que a primeira finalização inglesa aconteceu aos 34, em cobrança de falta de Juan Mata, por cima do gol.
Lance sem perigo, mas que foi respondido de imediato com Thomas Müller, em chute perigoso da marca do pênalti. A pressão do Bayern, entretanto, esbarrava em um fator que acompanhou o Chelsea nos últimos meses: a sorte. Como contra o Barcelona, na semifinal, e o Liverpool, na decisão da Copa da Inglaterra, tudo dava certo para os Blues, como no chute de Robben que Cech defendeu com os pés e a bola explodiu na trave, aos 20, ou nas finalizações sem direção de Gómez e Ribéry de um lado para o outro dentro da área.
O "Super Mario", por sinal, foi o responsável pela última boa jogada do primeiro tempo, em raro momento em que não foi acompanhado por David Luiz. O camisa 33 aproveitou bote do brasileiro em Müller para aplicar bonito drible de corpo em Cahill e isolar de frente para Petr Cech. O primeiro tempo foi vermelho, mas o placar permaneceu sem cor.
Robben na final da Liga dos Campeões entre Bayern e Chelsea (Foto: AFP)Robben tenta levar o Bayern ao ataque: holandês parou em Cech e na trave aos 20 minutos (Foto: AFP)
Chelsea tenta mudar, mas Bayern segue melhor
O Chelsea pareceu mais disposto ao ataque e Frank Lampard se aproximou de Juan Mata para auxiliar na armação das jogadas. O avanço fez com que o espanhol enfim participasse do jogo após um primeiro tempo apagado, mas por pouco não resultou em castigo logo no primeiro minuto. Ribéry passou como um foguete por Bosingwa e cruzou rasteiro. Cech ficou no meio do caminho e David Luiz se antecipou a Mario Gómez para afastar o perigo.
Thomas Mueller do Bayern de Munique e David Luiz do Chelsea (Foto: Reuters)Müller cai em dividida com David Luiz (Reuters)
Até então mais participativo na defesa do que no ataque, Drogba tentou resolver sozinho e assustou quatro minutos depois, em chute da intermediária. Àquela altura, porém, a torcida do Chelsea tinha mais motivos para se preocupar do que para comemorar. Tanto que a primeira explosão do lado azul aconteceu quando Roman Abramovich surgiu no telão do estádio.
Apesar da disposição mais ofensiva, o Chelsea sentia bastante a falta de Ramires e a atuação tímida de Mata. Enquanto isso, o Bayern seguia impondo seu ritmo, com Robben e Ribéry endiabrados. A dupla, por sinal, por pouco não abriu o placar aos oito. Mas pouco mesmo, questão de centímetros que deixaram o francês impedido quando escorou para os fundos da rede após chute do holandês que desviou na zaga. Sinal de alerta que serviu para que o Chelsea voltasse novamente a se defender apostando em escapadas no contra-ataque.
E fui justamente em saída rápidas pelas pontas que o time inglês colocou os zagueiros do Bayern para trabalhar. Bosingwa e Drogba descolaram bons cruzamentos, que foram afastados pela linha de fundo. Em uma das cobranças de escanteio, o marfinense teve boa oportunidade após titubeada de Neuer. O chute de canhota, no entanto, não saiu firme e o goleiro fez a defesa sem problemas.
Franck Ribery na partida do Bayern de Munique contra o Chelsea final Liga dos Campeões (Foto: AFP)Enquanto esteve campo, Ribéry deu muito trabalho a Bosingwa (Foto: AFP)
Gol e emoção para os dois lados
Infernal, Ribéry abandonou a ponta esquerda e passou a flutuar pelo campo causando problemas. A defesa inglesa, por sua vez, era eficiente sempre no último corte. Nem mesmo a proximidade do fim da partida, porém, fez o Bayern tirar o pé do acelerador. E a recompensa veio a oito minutos do fim do tempo regulamentar.
Thomas Mueller gol Bayern de Munique (Foto: Reuters)Müller explode com o gol aos 38 minutos (Reuters)
Aos 38, Kroos cortou para o meio e cruzou no segundo pau. A zaga do Chelsea ficou olhando a viagem alta da bola até chegar a Thomas Müller, que cabeceou esquisito para o chão e superou Cech. Gol e comemoração enlouquecida do artilheiro e revelação da última Copa, que só entrou em campo por conta da suspensão do brasileiro Luiz Gustavo.
A Allianz Arena entrou em erupção e começou a contagem regressiva para o título sonhado. No banco de reservas, atitudes imediatas: Di Matteo, finalmente, mandou o Chelsea para o ataque e chamou Fernando Torres. Jupp Heynckes tratou de segurar o resultado e trocou o “herói” Müller por Van Buyten. Ponto para o italiano dos Blues.
Em jogada enrolada na linha de fundo, Torres conseguiu escanteio para Mata cobrar. O espanhol colocou a bola na medida no bico da pequena área. Drogba saltou mais do que Boateng e testou com uma força impressionante: 1 a 1, em bola que Neuer poderia ter defendido. E mais 30 minutos de futebol seriam disputados em Munique.
Drogba David Luiz gol Chelsea (Foto: AFP)Drogba impediu o título do Bayern aos 43 minutos do segundo tempo: jogo foi para prorrogação (Foto: AFP)
Cech pega pênalti de Robben
Na prorrogação, a previsão natural era de um Chelsea mais ofensivo do que nos 90 minutos anteriores, por conta das entrada de Torres e Malouda. E foi o que aconteceu, mas somente por dois minutos. Bastou os Blues tentarem sair para o ataque para Ribéry aproveitar brecha na defesa, invadir a área e ser derrubado por Drogba. Isso mesmo, o marfinense, mais uma vez, ajudava a defesa de forma estabanada, como quando derrubou Fàbregas em pênalti perdido por Messi na semifinal.
Para sorte do atacante, a história da cobrança também se repetiu. Ex-Chelsea, Robben pegou a bola de frente paro o mar azul atrás do gol de Cech, correu, encheu o pé e... perdeu. Dessa vez, não foi preciso travessão, o próprio goleiro assumiu o papel de herói. O telão imediatamente mostrou a celebração de John Terry, pulando como legítimo torcedor, ao lado do goleiro Hilário na arquibancada.
O holandês, por sua vez, repetiu o que já fizera no dia 11 de abril, em jogo decisivo pelo Campeonato Alemão, contra o Borussia Dortmund. Na ocasião, Robben parou no goleiro Weindenfeller e acabou como um dos vilões do vice-campeonato.
Chelsea se satisfaz com empate
Petr Cech do Chelsea (Foto: Reuters)Cech salta para evitar chance do Bayern (Reuters)
Recuperado do baque do gol sofrido no fim e do pênalti perdido, o Bayern voltou com tudo para a segunda etapa, disposto a evitar novas penalidades, como na semifinal contra o Madrid. Marcando pressão, ocupou o canto de ataque e criou boas chances. Em uma delas, Lahm cruzou no segundo pau, a zaga do Chelsea parou pedindo impedimento e viu Olic receber livre, em posição legal, no bico da pequena área. O croata escorou, o mundo dos Blues parou por alguns segundos, mas, para sorte inglesa, Mario Goméz também ficou estático e só viu a bola sair lentamente pela linha de fundo.
Como nos 87 minutos iniciais, o Chelsea voltou a estar acuado, e mais uma vez teve provas de que a sorte estava ao seu lado quando Lahm dividiu de carrinho com Cech e, após dividida entre Kross e Cahill, a bola sobrou nos pés de David Luiz com o gol já vazio. O título ainda estava em aberto, mas a seis minutos do fim da competição, os Deuses do Futebol davam mostras de que estavam do lado azul, como já havia acontecido em momentos anteriores. Napoli e Barcelona que o digam.
E se o Chelsea não conseguia mais atacar e a bola teimava em não entrar em seu gol, o título só poderia ser decidido de uma forma: a disputa por pênaltis. Tensão no lado vermelho, exposta em imagens de torcedores de cabeças baixas no telão, e otimismo do lado azul, com músicas sendo cantadas em alto e bom som.
Robben perde penalt (Foto: AFP)Cech brilhou ao defender pênalti de Robben no primeiro tempo da prorrogação (Foto: AFP)
Drogba e Cech dão título ao Chelsea nos pênaltis
Campeão da Liga dos Campeões de 2001 ao bater o Valencia nos pênaltis, o Bayern de Munique iniciou a série neste sábado. O capitão Lahm, com força, bateu no canto esquerdo de Cech e fez 1 a 0 para os bávaros. O espanhol Juan Mata foi para a primeira cobrança do Chelsea e... Acabou batendo mal para tranquila defesa de Neuer.
Na sequência, Mario Gómez arrematou com força e aumentou a vantagem para os “donos da casa”. David Luiz, na segunda penalidade dos Blues, tomou muita distância e colocou no fundo das redes.
Para surpresa de todos, na terceira cobrança do Bayern, o goleirão Neuer se apresentou e não vacilou: 3 a 1. Lampard, depois, descontou com uma bomba no meio do gol. Olic, que dias atrás revelou que não continuará no Bayern (acertou com Wolfsburg), foi para o quarto pênalti do Bayern e parou nas mãos de Cech. Na sequência, Ashley Cole igualou a série: 3 a 3.
Schweinsteiger foi para a última cobrança do Bayern e acabou carimbando a trave. Com isso, Drogba teve a missão de finalizar a série e, frio, colocou no canto, garantiu o título e enterrou de vez o fantasma da derrota nos pênaltis para o Manchester United em 2008.
Schweinsteiger bayer de Munique (Foto: Reuters)Schweinsteiger, que marcou o gol da vaga contra o Real, perdeu a última cobrança do Bayern (Reuters)
BAYERN DE MUNIQUE 1 (3) X (4) 1 CHELSEA
Neuer, Lahm, Boateng, Tymoschuk e Contento; Schweinsteiger e Kroos; Robben, Müller (Van Buyten) e Ribéry (Olic); Mario GómezPetr Cech; Bosingwa, David Luiz, Cahill e Ashley Cole; Mikel, Lampard e Bertrand (Malouda); Kalou (Torres), Drogba e Juan Mata.
Técnico: Jupp Heynckes.Técnico: Roberto Di Matteo.
Gols: Müller, aos 37, e Drogba, aos 43 minutos do segundo tempo.
Pênaltis do Bayern: Lahm (O), Mario Gómez (O), Neuer (O), Olic (X), Schweinsteiger (X).
Pênaltis do Chelsea: Mata (X), David Luiz (O), Lampard (O), Ashley Cole (O) e Drogba (O).
Cartões Amarelos: Schweinsteiger (Bayern); Ashley Cole, David Luiz, Drogba, Torres (Chelsea).
Estádio: Allianz Arena, Munique (Alemanha). Data: 19/05/2012. Árbitro: Pedro Proença (Portugal)